CORPO, SAÚDE E BELEZA FATORES DE RISCO SAÚDE E DOENÇAS HIPOCINÉTICAS
Feita uma abordagem moderna, a saúde é compreendida
como uma condição humana com dimensões física, social e psicológica. Caracterizada
por um continuo com polos positivo e negativo, estando estes últimos associados
a aumentos na morbidade c/ ou mortalidade das populações.
Segundo dados do Ministério da Saúde (2006), as
doenças do aparelho circulatório representam
a principal causa de mortes para ambos os sexos em todas as regiões do Brasil (com
exceção do Norte), Em segundo lugar nas estatísticas, vêm as mortes associadas
a causas externas (especialmente acidentes e homicídios), entre os homens, e a
neoplasias (câncer), entre as mulheres.



As doenças do aparelho circulatório
(doenças cardiovasculares) afetam tanto o coração doença arterial coronariana e
infarto quanto os vasos sanguíneos aterosclerose, acidente vascular cerebral
(AVC) e doença vascular periférica. O histórico familiar, ser do sexo masculino e o envelhecimento, destacam-se como os principais fatores de risco não-modificáveis
dessas doenças. Já o tabagismo, o sedentarismo, uma dieta inadequada e os níveis
de estresse são os principais fatores modificáveis Além desses, doenças como
diabetes c obesidade são fatores que contribuem para o desenvolvimento de
doenças cardiovasculares muitas vezes por estarem associadas a baixos níveis de
atividade física e a dietas inadequadas (ricas em gorduras)

Mais importante do que estabelecer quais fatores
são mais relevantes no comprometimento cardiovascular é entender como eles
contribuem para o problema e estabelecer quais os cuidados que ser tomados para
preveni-lo.
Quanto aos fatores não-modificáveis, é importante que se
investigue o histórico familiar. A existência de doenças ou problemas
cardiovasculares na família faz com que uma atenção maior seja voltada aos fatores
de risco modificáveis å medida que a idade avança, especialmente entre os
homens.
"O tabagismo, em associação a uma alimentação/dieta
desequilibrada — que favoreça um nível elevado de colesterol sanguíneo,
especialmente da lipoproteína de baixa densidade (LDL), além de níveis
corporais baixos das vitaminas A, E e C pode ocasionar lesão na parede das
artérias e favorecer o surgimento da aterosclerose(placa de gordura na camada
interna dos vasos), condição altamente associada ao desenvolvimento das doenças
cardiovasculares Portanto, a redução do tabagismo e uma melhor qualidade na
composição da dieta, em especial quanto ao conteúdo em gordura e fornecimento
de vitaminas, exerceriam efeito protetor sobre o surgimento/agravamento das
doenças cardiovasculares.
O sedentarismo talvez seja o fator de risco mais
prevalente, o que está presente no maior número de casos. Nas pessoas com
hábitos sedentários, a aptidão cardiovascular diminui, o que expõe o aparelho
circulatório a maior sobrecarga durante a realização de atividades físicas Por
outro lado, o exercício regular provoca uma melhora da resistência aeróbia, o
que promove adaptações nas artérias coronárias (como maior expansão, menor rigidez
e maior largura) e no coração onde o músculo cardíaco torna-se mais forte.
Essas alterações protegem contra distúrbios cardiovasculares, Além
disso, pessoas ativas comumente têm os outros fatores de risco sob controle (tabagismo,
alimentação, estresse).
O estresse, por sua vez,
diz respeito a maneira pela qual o organismo reage/responde qualquer estímulo,
podendo ser positivo, quando relacionado a estímulos que promovem adaptações
positivas ao organismo, como a atividade física moderada, ou negativo, quando
associado a estímulos prejudiciais ao organismo, como a dor. Embora seja difícil
delimitar a participação do nível de estresse sobre o ritmo de doenças
cardiovasculares, visto que situações estressantes muitos indivíduos adotam
hábitos poucos saudáveis (comem, fumam c bebem exageradamente, utilizam drogas,
exercitam-se menos etc.), existe forte relação entre maiores níveis de estresse
e cardiopatias para indivíduos que apresentam padrões de comportamento
associado a maior ansiedade, agressividade/hostilidade, exigência e competitividade.
Para esses indivíduos, tais riscos só poderão ser minimizados mediante mudança
na forma de responder às situações de estresse, o que requer alteração em seu
estilo de vida.
Ao relacionarmos exercícios físicos com estresse,
percebemos que as características da atividade geram consequências distintas
Quando o exercício envolve atividade física intensa, prolongada ou repetida sem
um intervalo adequado entre as sessões, o organismo é exposto a uma condição de
estresse crônico físico e mental, favorecendo o desenvolvimento de doenças Em
contrapartida, atividades físicas moderadas e/ ou de cunho recreativo,
praticadas segundo uma regularidade que permita ao organismo recuperar-se adequadamente
entre uma sessão e outra, promovem efeito tranquilizante associado à sensação
de bem estar, além de reações bioquímicas provocadas pelas endorfinas, que
podem ajudar a reduzir os níveis de estresse
A adoção de um estilo de vida fisicamente ativo é um fator
importante para a manutenção de um bom estado de saúde. Por outro lado, algumas
condutas inadequadas ou prejudiciais à saúde têm sido atreladas à prática de
exercícios físicos. A Ilusão de se obter resultados melhores com maior rapidez
compromete os benéficos pretendidos com a atividade física regular. Dietas
diversas, voltadas principalmente para a redução de peso corporal, e o uso de
suplementos alimentares, esteroides anabolizantes e outras formas de doping,
utilizados para se potencializar os efeitos do treinamento físico e obter um
maior rendimento atlético, são igualmente comprometedores.
Doenças hipocinéticas: obesidade, hipertensão e outras
Conforme já evidenciado, o sedentarismo representa um
dos fatores de risco de maior prevalência (número total de casos) envolvido na
gênese de patologias que afetam negativamente a saúde como
obesidade, diabetes, hipertensão, referidas como doenças hipocinéticas, o que
suporta a adoção de um estilo de Vida fisicamente mais ativo como fator de
promoção/ manutenção de um cm estado de saúde.
Manter-se fisicamente ativo Implica maior envolvimento
com a atividade física, que pode ser definida como qualquer movimento corporal
produzido pela musculatura esquelética e que provoca um gasto energético acima do
que se gasta em repouso. Engloba, portanto, as atividades da Vida diária (como
tomar banho, vestir-se e comer), as tarefas domésticas, as atividades de
trabalho, de deslocamento e de lazer, incluindo exercícios físicos, danças etc.
Para que a atividade física possa promover e manter benefícios
à saúde, é necessário que se induza adaptações positivas sobre o estado de
aptidão física. Essas adaptações são feitas, principalmente, por meto da
prática de exercícios fiscos, que podem ser definidos como toda atividade física
planejada, estruturada e repetitiva cujo objetivo é a melhoria e a manutenção
da aptidão física e de habilidades motoras ou a reabilitação orgânico-funcional

De acordo com Nahas (2006), considera-se sedentário o
indivíduo que, na somatória das atividades físicas, apresente um gasto
energético semanal inferior a 500 kcal. Já o indivíduo que acumula um gasto
energético semanal de pelo menos 1000 kcal é considerado moderadamente ativo.
Níveis moderados de atividade física podem reduzir
significativamente o risco de doenças hipocinéticas (obesidade, hipertensão e
outras). Logo, identificar o perfil de atividade física de cada indivíduo e a
relação com seu atual estado de saúde pode ser uma importante estratégia para
se promover um estilo de vida fisicamente mais ativo e saudável.
Níveis de atividade física e obesidade
Atualmente, o aumento excessivo de peso devido ao
acúmulo de gordura nas reservas corporais (obesidade) está associado, principalmente,
à combinação de baixos níveis de atividade física com a alta ingestão calórica
ou, especificamente, com a alta ingestão de gordura. Ao longo do processo de
envelhecimento, é comum o aumento da gordura corporal em razão do sedentarismo
progressivo. Ex-atletas também estariam propensos a um aumento na gordura
corporal devido à redução do gasto calórico decorrente da diminuição do nível
de atividade física sem a devida adequação na ingestão calórica.
A evidente associação entre a combinação de
sedentarismo com alimentação inadequada e a maior incidência e prevalência de
obesidade torna necessária uma rotina fisicamente mais ativa, em paralelo a
hábitos nutricionais adequados. Dessa forma, pode-se prevenir e controlar o
aumento do peso corporal e suas consequências negativas para a saúde, que
causam maior risco de morbidade
Participar de programas de exercícios físicos facilita
o ajuste entre o gasto energético decorrente de atividades físicas e a Ingestão
calórica — o que é fundamental no controle da obesidade Para a elaboração de um
programa de exercícios adequado, deve-se considerar características Individuais
como a disponibilidade de tempo e a preferência motivacional por modalidades
diversas (aeróbias e anaeróbias), para se definir a intensidade e a duração das
atividades
Níveis de atividade física e diabetes
A diabetes mellitus é uma doença endócrino metabólica
caracterizada por altos níveis glicêmicos, decorrentes da ausência ou da baixa
quantidade de insulina no sangue elou de ineficiência na ação da insulina.
Atualmente, é uma das patologias mais prevalentes em todo o mundo, associada a
altas taxas de morbidade e mortalidade. Quando 'o controle metabólico não é
satisfatório, surgem complicações agudas e cronicas que provocam Impactos econômico e social.
Baixos níveis de atividade física podem contribuir
Indiretamente para o surgimento de quadros de diabetes associados ao maior
acúmulo de gordura corporal e consequente aumento de peso. Mas, quando se pensa
na diabetes, o sedentarismo é mais grave no controle da doença. O exercício físico,
associado ou não a dietas especiais e ao uso de fármacos, como insulina e
outros hipoglicemiantes, exerce importante papel no controle da glicemia (taxa
de açúcar no sangue), pois melhora os mecanismos de captação cie glicose pelos órgãos,
como músculos e fígado. Logo, um diabético fisicamente menos ativo pode
encontrar maior dificuldade em controlar seus níveis glicêmicos, o que pode
agravar a doença c facilitar o aparecimento de complicações agudas ou crônicas,
como problemas renais, oculares e vasculares.
Níveis de atividade física e hipertensão

A
hipertensão tem como característica o aumento da pressão sanguínea acima dos
níveis considerados normais para cada faixa etária, sexo e estilo de vida. A
pressão elevada provoca uma sobrecarga hemodinâmica, estimulando uma carga
adicional no trabalho cardíaco e danos nas paredes internas dos vasos,
especialmente nas artérias. Em adultos, considera-se um indivíduo hipertenso
quando sua pressão sanguínea atinge constantemente valores sistólicos acima de
140 mmHg elou valores diastólicos superiores a 90 mmHg. A hipertensão pode
provocar diversas complicações vasculares cardíacas, renais e cerebrais. Comparados
a pessoas com pressão arterial normal, os hipertensos correm um risco sete
vezes maior de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) e três vezes maior de
sofrer infarto do miocárdio.
Uma das consequências do baixo nível de atividade física é uma menor
capacidade cardiovascular que pode sobrecarregar o sistema cardiocirculatório.
Associado a fatores genéticos, e nutricionais, aumento de peso c nível elevado
de estresse, o baixo nível de atividade física pode predispor o desenvolvimento
da hipertensão. Por outro lado, alguns estudos têm demonstrado que a prática
regular de exercícios, de baixa a moderada intensidade e de longa duração, age
positivamente sobre a pressão sanguínea, diminuindo o risco de elevações de
pressão "não-fisiológicas"
A Educação Física escolar tem um papel fundamental na geração de
conhecimentos e na criação de hábitos que levem os alunos a adquirir um estilo
de vida mais ativo e saudável. Ao se tornarem conscientes dos problemas
causados por uma vida sedentária, eles podem incluir a atividade física em suas
vidas A discussão deste tema em sala de aula pode também contribuir para que os
alunos sejam mais críticos em relação aos apelos da mídia quanto à ingestão de
substâncias que provocam ganho de massa muscular ou redução de peso.
Atividades
https://goo.gl/forms/XaNLopIrQZ1Rg2E93
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